quinta-feira, 8 de agosto de 2013

Manifesto Cracker: Por Trás do Lado Negro da Força!

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Muitos consideram os crackers antagonistas dos hackers, sendo os hackers os mocinhos e os crackers os vilões, o que é uma tremenda injustiça, regada a muitos preconceitos e interesses pessoais e comerciais, pois os crackers nada mais são do que os libertadores dos softwares oprimidos pelas megacorporações e até mesmo por seus próprios criadores em uma sociedade onde o lucro e a individualidade reinam de forma aparentemente inabalável...

=> O que eles acham que fazemos e o que realmente fazemos:

Com toda essa carga preconceituosa envolvida no termo cracker, acaba sendo até natural que a maioria pense que os crackers cometam toda sorte de crimes digitais, como invasão de sistemas, roubo de dados pessoais, quebra da privacidade individual, pichação em sites, roubo de dados bancários, como números de cartões e invasão de contas, entre tantas outras coisas que não são feitas por crackers...

O que os crackers realmente fazem é cracking, ou seja, quebram as proteções dos softwares com direitos autorais e propriedade intelectual, conceitos que serão atacados mais abaixo, visando tornar tal software livremente disponível para todos, com qualquer finalidade que assim o queiram, ou seja, obrigam um software proprietário a ter uma ou mais liberdades de software livre, a revelia de seu desenvolvedor, seja ele pessoa física ou empresa privada, bem como fazem engenharia reversa em softwares fechados, libertando suas especificações da prisão binária e tornando-as disponíveis para uso livre...

Também é trabalho dos crackers o desenvolvimento de MODchips (chips de modificação de hardware) para passar por cima de proteções, como a DRM, em consoles de videogame, players multimídia, dentre outros meios de entretenimento que estão sujeitos a exigências de propriedade intelectual, conceito este que não reconhecemos como válido, e que, portanto, deve ser eliminado de tais equipamentos através de MODchips ou tecnologia similar...

A pirataria, que chamamos de livre compartilhamento de dados, e será abordada em um capítulo à parte, dada sua vital importância, também é trabalho dos crackers, com seus fóruns de warez, uploads, torrents e o santo The Pirate Bay nosso que cada dia nos dai hoje sua mais recente possibilidade de usufruto de softwares e entretenimento multimídia...

Obs.: Eu, particularmente, considero jailbreaks e roots em celulares, smartphone e tablets um trabalho cracker, porém muita gente considera um trabalho hacker, então não citarei tal trabalho oficialmente neste manifesto como sendo mérito dos crackers, embora eu considere que é sim!

= O porquê da importância de ser fazer cracking:

Quando você desenvolve algo lógico, e não físico, não está verdadeiramente criando nada, está apenas agrupando ideias já existentes em uma lista ordenada, seguindo regras já previamente estabelecidas, porém o faz seguindo sua lógica de raciocínio, que é a única coisa que você agrupou ao todo já existente, portanto não há a verdadeira criação, o que há é o uso de toda a informação formada pela sociedade ao longo de milhares de anos, que influencia você a agrupar zeros e uns de uma determinada e específica forma, adicionando apenas a sua camada de interpretação das informações existentes a sua "criação"...

Seguindo este raciocínio, fica fácil entender que você tem por obrigação colaborar com a sociedade como um todo, com a aldeia global em que vivemos, com a coletividade, com a comunidade mundial de pessoas que o cerca, enfim, com a humanidade, e que sua "criação" nunca será 100% sua, pois foi influenciada pelo meio externo em que vive, portanto sua obrigação é disponibilizar sua contribuição nessa sopa de conhecimento coletivo para todos...

Como muitos não entendem este conceito, o papel do cracker é obrigar que assim o seja, impondo esse pensamento a todos, obrigando-os a aceitar que dessa forma o é, e para tal, são obrigados a libertar o software do cativeiro imposto pelo seu próprio dono, fazendo com que ele esteja disponível para todos, independente das consequências que isso vier a acarretar, portanto o cracking é o instrumento usado para devolver ao coletivo o que a ele pertence, ou seja, a informação contida no código de um software, bem como seu irrestrito uso...

=> E isto é uma questão ideológica, sim senhor:

A ideologia presente no cracking é a mesma presente na legalização da maconha, ou seja, tráfico de drogas é ilegal, quebra de direitos autorais é ilegal, porém quem fuma maconha não é um criminoso, da mesma forma que quem faz uso de crack (de software!) também não é, mas o traficante é um criminoso por vender maconha, embora se ela vier a ser legalizada ele não passará mais a sê-lo, da mesma forma que um cracker é um criminoso por desenvolver o crack (o meio pelo qual há a quebra de direitos autorais), porém se as leis de direitos autorais mudarem ele passará a não mais sê-lo...

Ou seja, defender o cracking e o cracker está na mesma linha de raciocínio ideológico que defender a maconha e seu traficante, algo, obviamente, deveras controverso, porém não ilegal, haja visto que é direito de todo cidadão lutar pela mudança das leis que julga estarem erradas, lutar pela mudança de paradigmas que entende por incorretos em nossa sociedade, nem que seja através da Marcha da Maconha, e, se depender de mim, da Marcha do Crack (De Software!)...

O preconceito contra o cracker está enraizado no viés capitalista de nossa sociedade, bem como no desejo individualista de posse e de propriedade privada, em contraste com o conceito anarco-comunista, conceito este defendido por mim, que prega que tudo é de todos, que não existe propriedade privada, nem propriedade do governo, mas sim existe propriedade da humanidade, do povo...

=> Não há nada mais importante na Internet do que a pirataria:

A pirataria é a mãe da Web, desde os primórdios é o elo anarquista fundamental na luta contra o sistema capitalista digital, aquele que apreende o software (e o conhecimento contido nele), tendo sempre o dever de libertar tal conhecimento, deixá-lo ao alcance de todos, ricos, pobres, ateus, católicos, negros, brancos, gays, héteros, enfim, a pirataria sempre foi para todos, sempre pluralizou algo elitizado pelas megacorporações, sempre disponibilizou o indisponível, sempre gerou o banco de dados da Web com a disponibilização de softwares, games, músicas, séries, filmes, artigos acadêmicos, livros, etc., sem ela a Web não seria o que é hoje, com tudo, para todos...

Pirataria não é roubo, não retira nada do seu suposto dono, nada é tirado de ninguém, ninguém perde informação, nem dados, com isso, ao contrário, pirataria é clonagem, é cópia, é xerox, pois se você tem um software, um filme, um jogo, etc., e eu o copio e aplico um crack ao mesmo, eu terei o mesmo software, filme, jogo, etc., que você, que por sua vez continuará o tendo, ou seja, de uma informação fazemos duas informações iguais e todos ficamos felizes ao ter acesso aquela informação, é uma transação ganha-ganha, onde ninguém perde nada...

Claro, vão argumentar que perdem dinheiro com a pirataria... Pura balela! Não sabe brincar, não desce pro play, fica no apartamento! Se você é o "autor" de algo, já deveria saber que sua "obra" estará disponível para todos, quer queira, quer não, e ao invés de se importar com isso e ficar de "mimimi", deveria achar outros meios para ganhar dinheiro, por exemplo, ao invés dos músicos venderem CDs, podem fazer shows, filmes e séries podem ser pagos pelos anunciantes através de propagandas (isso funciona muito bem na TV Aberta), jogos também podem ser pagos com publicidade, e assim vai...

Quem perde com a pirataria são os capitalistas selvagens, que fazem de tudo para aumentar o seu capital, até as mais inescrupulosas barbáries, e os elitistas egocêntricos do software livre, que acham que somos concorrentes deles, quando na verdade é o contrário, conceito este que eu explico em outro capítulo à parte, dedicado especialmente ao assunto...

=> Não faça crack, use software livre (ou use software open source)... Bah! ¬¬:

Muitos "xiitas" (mais do que eu sou), defensores ferrenhos do software livre como a salvação para a humanidade em meios digitais, defendem que não se deve fazer pirataria, não se deve fazer cracking, que se deve usar apenas software livre e assim todos irão para o céu com suas 72 virgens... (Só que não!)

O que eles custam a entender em suas cabeças mais duras que adamantium é que não se tem condições técnicas e viáveis para termos um mundo ideal, o qual, neste mundo ideal, concordamos que deveria haver apenas software livre, mas como o mundo ideal é uma utopia, no mundo real as pessoas não aceitam muito bem a ideia de usar apenas software livre, e o porquê disto acontecer é simples, embora fuja do escopo deste manifesto, sabemos que trata-se da qualidade técnica inferior do mesmo em comparação com o software proprietário, em muitos casos, embora não em todos...

De qualquer forma, voltando ao mundo prático e real, na prática e realidade, o que ocorre é que a pirataria, e consequentemente o cracking, é necessário para que possamos forçar ao menos algumas liberdades do software livre em todos os softwares não-livres, como, por exemplo, a liberdade de usar o software de forma irrestrita, a liberdade de ver o código fonte do software, ou mesmo de ver apenas os padrões de um determinado conceito utilizado no mesmo, no caso da engenharia reversa, o que é melhor do que nada, em todos os sentidos...

Ter uma liberdade é melhor do que não ter nenhuma, libertar partes de um software é melhor do que não libertar nada, forçar ao menos o direito ao uso completo do software proprietário é melhor do que não ter nem esse direito, e, em muitos casos, é necessário quando não se tem uma solução em software livre a altura para poder substituir o software proprietário completamente, sem tirar o direito a funcionalidade, ao user friendly, ao uso de padrões de fato impostos a nossa sociedade, etc...

Os padrões a que me refiro acima são simples e comuns, como o .mp3, o .pdf e o .doc, só para citar estes três exemplos, todos formatos proprietários, mas que são o padrão imposto vigente a todos, e não adianta fugir deles, você não conseguirá! Resta-nos quebrar tais padrões, ignorar as licenças dos mesmos e utilizá-los como sendo um patrimônio da humanidade, da forma como bem entendermos que devam ser utilizados, e que assim seja...

=> Gran finale (or not):

Por hoje é só, pessoal, mas algum dia estarei novamente, digitando uma segunda (ou terceira, quarta, quinta, etc.) parte deste manifesto, sempre que se fizer necessário esclarecer o ponto de vista dos crackers, os defender, entender suas ideologias e pensamentos, entender seus pontos de vista e argumentos, e os acolher como heróis anarquistas contra o sistema dos porcos capitalistas!

Ficou ofendidinho e quer me processar? Não sou um anônimo, não me escondo atrás da máscara do católico Guy Fawkes (eita modinha capitalista essa, os chineses ficaram ricos vendendo essas máscaras de plástico xing-ling), meu nome é Igor Isaias Banlian, sou ateu e cético militante, anarco-comunista, defensor e ativista do Projeto Venus, futurologista amador, cientista amador, apreciador de verdades em teorias da conspiração, conspirador contra o capitalismo, e autointitulado técnico em eletrônica e microcomputadores, além de gamer, pirata (e quem sabe um dia político pelo Partido Pirata do Brasil), kopimista (da santa igreja do Kopimismo, onde o deus Ctrl-C Ctrl-V sempre será louvado e glorificado) e simpatizante aspirante a cracker, além, é claro, de ser um completo maluco anormal, mas nisso há controvérsias, hehehe! //troll++

Atenciosamente,
Igor Isaias Banlian

Um comentário:

  1. Oi pessoal!
    Vamos ter uma nova edição de BarCampSP!
    Deixo as informações:

    BarCampSP está de regreso!

    A maior desconferência do mundo, regresa com uma nova edição local em São Paulo.

    São Paulo, 18 de novembro de 2013.- Com o desejo de compartilhar ideias, pontos de vista e aprender coisas novas em uma reunião informal, aberta e sem fins lucrativos, no sábado 14 de dezembro das 10 às 18hs, na sede da Pontifica Universidade Catolica de São Paulo ubicada em Rua Marquês de Paranaguá, 111, Bela Vista, se realizará uma nova edição de BarCamp São Paulo.
    BarCamp é uma rede de eventos internacionais criados em torno de um modelo de desconferência e com um interesse em comum: a colaboração. Esse modelo tem sido usado para articular pessoas ao redor do mundo desde 2005, quando foi proposto pela primeira vez nos Estados Unidos.
    Chegou ao Brasil em setembro de 2006, com a sua primeira edição realizada em Florianópolis e já foi realizado em São Paulo na Casper Líbero em 2007. Neste ano, a proposta é retornar a cena independente e colaborativa a partir de uma nova edição em São Paulo.
    O evento é uma experiência de evento emergente, no qual os indivíduos presentes se organizam e realizam as atividades sem a necessidade de uma ordem ou direção previamente estabelecida.
    Não há lista de palestrantes, nem programação fechada. Os participantes devem se inscrever previamente e podem reservar uma sala para fazer uma apresentação, demonstrar o projeto em que estão trabalhando, ou fazer parte ativa das discussões dos cantos do evento.
    Pode ser de qualquer temática: Tecnologia, Música, Arte, Culinária, Engenharia, Design, Comunicação, Mobilidade Social, Desenvolvimento, Moda, Sustentabilidade, Programação, Social media, Gamming e mais.
    Os BarCampeiros podem dar a palestra que gostem, no horário que gostem e na sala que gostem. Só tem que chegar cedo e anotar na lousa o tema desejado. O evento começa às 10 horas. As pessoas dispostas a palestrar são os primeiros a encher a lousa e em menos de 10 minutos a programação fecha magicamente.
    Logo se passa a uma pequena apresentação para fazer o kick-off do BarCamp e começar oficialmente. Os demais começam a se separar e assistir as palestras que mais se interessaram.

    Sobre BarCampSP:
    É um evento internacional formado em torno de um modelo de conferência, geralmente referenciado com desconferência e com um interesse em comum: a colaboração. Tem a Missão de fomentar as ideias e a vontade de colaborar entre as pessoas que residem em São Paulo.
    Mais informações:
    Web: http://barcampsp.com.br
    Facebook: http://www.facebook.com/barcampsp
    Twitter: http://www.twitter.com/barcampsp
    Email: barcampsp@gmail.com

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